AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS.
O profeta Miquéias previra que um "ungido" de
Belém iria livrar os hebreus do domínio assírio e formar um reino unido de Judá
e Israel com domínio sobre toda a Terra. E isso ocorreria quando a Assíria
entrasse na terra de Judá (Miquéias, 5: 2-15).
Nenhum dos reis judeus conseguiu libertar seu povo. Depois
da Assíria, veio Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e depois Roma. Sucessivas
promessas proféticas foram feita de libertação dos hebreus e formação de seu
reino eterno, mas esse reino nunca veio. Todavia, embora a época marcada
inicialmente para esse reino fosse nos dias da Assíria, eles permaneceram
acreditando que um dia surgiria esse libertador. Essa é a razão de vários
judeus terem acreditado que seriam esse "ungido" e poderia libertar seu
povo, vindo todos eles a cair perante o poderoso império.
Imaginemos agora esse precursor do Cristianismo. Ele
acreditou que Yavé, o deus verdadeiro, onipotente, criador de todas coisas, que
prometera um libertador, dar-lhe-ia poder para derrotar os exércitos romanos.
Vários detalhes ditos da vida de Jesus são iguais aos de
deuses greco-romanos, persas, ou Egípcios. Isso os deixa mais para mitos do que
para fatos. Mas convenhamos que algumas coisas possam ser reais; pois suposto
messias existiu até mais de um; e, em torno de um deles um grupo de pessoas
criou a maior religião do mundo, acreditando que ele iria ressuscitar e
estabelecer um reino divino. Alguém teria dito que ele já teria ressuscitado e
retornaria brevemente, como teria escrito Paulo: "Porque o Senhor mesmo
descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus,
e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos
vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do
Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. (I
Tessalonicenses, 4: 16, 17).
Assim deve ter transcorrido a sua aventura de libertador de
Israel:
Ele entrou em Jerusalém montado em um jumento, relata o
evangelho de Mateus, e seus seguidores o aclamaram pelas ruas da cidade santa
(Mateus, 21: 1-9).. Isso é muito provável que tenha realmente ocorrido, porque
um profeta havia dito que o rei libertador viria montado em um jumento.
Qualquer indivíduo que imaginasse ser esse libertador iria agir tal como dissera
o profeta.
Ele não conseguiu apoio de seu povo, o qual não reconheceu
nele algo que o caracterizasse como o libertador, ficando ele e seus poucos
discípulos à mercê do poder romano.
"Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes".
Embora essas palavras sejam copiadas de um salmo de Davi, em que esse rei se
sentia desamparado por seu deus (Salmos, 22: 1), se Jesus existiu e disse
alguma coisa na hora da morte, estas palavras são as mais prováveis. Nenhum
profeta disse que o libertador iria morrer e depois reviver para derrotar o
poder opressor e estabelecer o reino eterno. Todavia, ele se viu preso pelos
soldados romanos, foi torturado e levado à terrível execução. Certamente pensou
que no último momento seu deus agiria prodigiosamente, ele seria livre dos seus
executores. Mas as horas passaram, e, após todas as torturas, o pobre herói se
viu pregado numa cruz. A última hora estava chegando, e nada seu deus fizera
por ele. Desiludido, já sem esperança, com a última força que lhe restava,
bradou "Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes".
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