A RESSURREIÇÃO DE JESUS
“O evangelho de Marcos diz que “Maria Madalena, Maria, mãe
de Tiago, e Salomé” foram ao sepulcro “ao levantar do sol”, encontrando “a
pedra removida”, e um moço sentado à direita vestido de alvo manto”, e
"Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscai a Jesus, o nazareno,
que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram”
(Marcos, 16: 1-5).
Já o evangelho de João registra que Maria Madalena foi ao
sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do
sepulcro. Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem
Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o
puseram. Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam os
dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou
primeiro ao sepulcro; e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados,
todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no
sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, e que o lenço, que estivera
sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à
parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro,
e viu e creu. Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que
ele ressurgisse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa.
Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava,
abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro, e viu dois anjos vestidos de branco
sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E
perguntaram-lhe eles: Mulher, por que choras? Respondeu-lhes: Porque tiraram o
meu Senhor, e não sei onde o puseram. Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu
a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus" (João, 20: 1-16).
O Evangelho de Lucas diz que "Maria Madalena, e Joana,
e Maria, mãe de Tiago" foram "ao sepulcro... E acharam a pedra
revolvida do sepulcro. Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E,
estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em
vestes resplandecentes; e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o
chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive? Ele
não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na
Galiléia, dizendo: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de
homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja. Lembraram-se,
então, das suas palavras; e, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas
coisas aos onze e a todos os demais. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria,
mãe de Tiago; também as outras que estavam com elas relataram estas coisas aos
apóstolos. E pareceram-lhes como um delírio as palavras das mulheres e não lhes
deram crédito. (Lucas, 24: 1-10).
Como poderíamos dizer que tudo isso seja verdade, se umas
afirmações excluem outras?
Quem foi ao sepulcro? Maria Madalena sozinha? (João, 20: 1)
Ou ela e Maria mãe de Tiago (Marcos, 16: 1)? Ou elas e Joana
(Lucas, 24: 10)?
Maria Chegou, ou Marias chegaram ao sepulcro ao levantar o
sol (Marcos, 16: 1), ou
de madrugada, sendo ainda escuro (João, 20: 1).
Quantos anjos ela ou elas encontraram?
Um (Marcos, 16: 5),
ou dois (Lucas, 24: 4)?
Elas foram informadas da ressurreição ao chegar ao sepulcro
(Marcos, 16: 6),
ou só depois que vieram Pedro e outro discípulo (João, 20:
1-14)?
Jesus não estava mais no local (Lucas, 24: 6),
ou estava lá (João, 20: 14)?
Os discípulos creram na ressurreição ao ver os lençóis sem o
corpo no sepulcro (João, 20: 6-a8),
ou receberam as informações das mulheres e ainda não creram
(Lucas, 24: 10, 11)?
Se um evangelista disse a verdade, outros dois deram algumas
informações falsas.
Se dois não disseram a verdade, não se pode garantir que um
tenha dito.
E esse monte de contradições ocorreu entre apenas três dos
quatro evangelhos escolhidos.
Agora imagine se fôssemos reunir todos os evangelhos, que
são próximo de cem!
Não precisamos de maior evidência para entender que essa
ressurreição não é mais real do que os contos sobre os deuses dos gregos,
romanos, fenícios ou outros.
Muitos outros pormenores dos evangelhos são também
exageradamente contraditórios. Tudo isso mostra que a formação do Cristianismo
se deu através de um grupo de pessoas que se dividia entre várias fábulas, que,
com o passar do tempo, se tornaram "a verdade" que o Cristianismo
conhece hoje.
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