Códigos genéticos.
Ao analisarmos as linhas de
nossos códigos genéticos ele nos mostrará sobre a probabilidade de contrairmos
uma doença grave no futuro ou se temos alguma predisposição contra a qual deva
se precaver. Com o desenvolvimento acelerado das técnicas de leitura dos genes
humanos, um novo fenômeno vem ocorrendo nos EUA e Europa: por cerca de US$ 400,
empresas privadas, em geral pequenas, se predispõem a analisar porções do
genoma (conjunto do DNA) de seus clientes. O resultado é um relatório que lista
a presença (ou ausência) de traços relacionados com doenças que incluem o
diabetes tipo 2 (contraído na idade adulta), vários tipos de câncer, anemias,
doenças cardíacas e muitas outras. A análise é estatística e não envolve um sim
ou um não categóricos. Infelizmente, as incertezas na análise comercial da
predisposição genética a muitas doenças ainda são grandes. Os problemas são
muitos, desde a falta de uma base de dados para comparação ampla o suficiente
até a intervenção de fatores externos em muitas doenças, como, por exemplo, no
câncer de mama e também na insuficiência coronariana. Cerca de 99,5% do código
genético das pessoas é idêntico. Ou seja, se compararmos 200 genes de duas
pessoas, em média apenas um será diferente. Vale lembrar que o genoma humano
consiste de cerca de 6 bilhões de "letras", arranjadas em 23 pares de
cromossomos. Cada cromossomo contém uma molécula de DNA, uma longa sequência de
quatro moléculas identificadas pelas letras A, C, T e G. São essas as
"letras" do genoma. A ordem em que essas quatro moléculas aparecem
determina o gene da pessoa. Cada ser humano tem uma sequência específica, a sua
assinatura genética. O que as novas tecnologias fazem é ler essa sequência de
letras. Claro, não são lidas todas as letras. Em geral, apenas 500 mil, do total
de 6 bilhões. Dessa amostra, espera-se encontrar as "palavras" que
podem ser identificadas com diferentes doenças. Para que a técnica funcione, é
necessário saber quais são as palavras. Em alguns casos, como a hemofilia, isso
não é tão complicado. Basta obter uma amostra de, digamos, centenas de pessoas
saudáveis e centenas de pessoas com a doença, comparar trechos dos genes e
identificar padrões em comum nas pessoas com a doença que não aparecem no outro
grupo. Na prática, as coisas não são tão simples. A assinatura de muitas
doenças é desconhecida ou incompleta, ou mesmo variável. Portanto, os
resultados são expressos estatisticamente e incluem também o efeito de fatores
ambientais no curso da doença. Por exemplo, fulano tem 22% de probabilidade de
contrair diabetes tipo 2, uma doença na qual apenas 26% dos casos são ligados a
fatores genéticos. Neste caso, fatores ambientais, o que a pessoa come, a sua
qualidade de vida afetam mais do que fatores genéticos. Espero que os planos de
saúde não comecem a usar esses estudos para calcular o valor de suas apólices.
É bom interpretar os resultados atuais como sugestões. Por outro lado, a
rapidez com que a pesquisa em genética evolui promete mesmo uma revolução na
prevenção e detecção de doenças.
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