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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Celibato


Celibato - O Calvário Vergonhoso da Igreja de Roma      
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Há poucas semanas o mundo inteiro tomou conhecimento dos últimos fatos ocorridos na entranhas da assim chamada "Igreja Católico Romana", com a notícia estampada nos principais jornais do mundo sobre os escândalos dos padres pedófilos. O homossexualismo sempre se fez presente no meio do clero regular (religiosos) e no clero secular (diocesano), mas sempre foi abafado pela alta hierarquia da Igreja de Roma, também não tão "santa" assim.
 Não é de agora que a chamada "Igreja Católica Romana" é alvo das mais severas denúncias de desvios sexuais entre os componentes de seu clero. O silêncio das "conveniências" tem falado mais alto em determinados momentos. Há séculos e séculos a Igreja de Roma vem mantendo "segredo" sobre os casos de contínuos abusos sexuais entre padres, bispos, cardeais e, até mesmo papas, envolvendo garotos, rapazes crescidos e adolescentes. É o homossexualismo correndo solto nas clausuras, corredores das sacristias e, até mesmo, em confortáveis motéis.
O homem é um ser no mundo. À medida em que se ausenta do mundo torna-se infiel a si mesmo e ao Evangelho. Se estiver ausente do esforço dos outros homens na construção de sua cidade terrena, será inexistente e marginal para eles. E se quiser construir para se uma cidade diferente da deles torna-se nocivo e rejeitado. Se o homem quiser ser aceito, se quiser se útil, se quiser existir, deve sair de si mesmo, integrar-se no mundo, no concreto, no real, no dia-a-dia. Na medida em que seu suor se misturar ao dos homens, estes o reconhecerão, lhe darão direito à vida e crerão na sua mensagem. Ora, é justamente este quadro que torna o padre católico romano um marginalizado. A formação que recebeu não lhe possibilita uma inserção real no mundo. Encontra-se fora dele. O mundo da técnica o exclui. Ignora a sua existência. É um homem à parte, indefinido, sem nome e sem profissão e também não tem família. Fora das categorias válidas e existentes. Uma espécie de parasita, que não produz e não constrói na linha da eficiência material e humana. Não tem um "status" reconhecido. Seu serviço não é requerido por nenhum quadro social. Sua inserção no mesmo é mais tolerada do que aceita ou pedida. Esta é a situação de todo membro do clero romano -- quer regular quer secular.
 O costume do celibato teve um desenvolvimento lento, gradual. Uma olhada nas páginas das Sagradas Escrituras seria o bastante para se verificar que o ascetismo anormal já se manifestava no tempo do apóstolo Paulo, o qual condenado por ele: ...alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentira e têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, e ordenam a abstinência de alimentos..." (I Timóteo 4:1-3), e novamente Paulo afirma:
Têm na verdade, aparência de sabedoria, em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum contra a satisfação da carne." (Colossenses 2:23). Tais práticas já existiam no Oriente, e eram especialmente desenvolvidas no Budismo que já possuía monges e freiras muito antes da era cristã.
Do século quarto em diante o ascetismo tomou forma e vulto e, dentro de algum tempo, apesar do vigoroso protesto, veio a se tornar regra geral no clero romano.
No Concílio de Nicéia, em 325, decidiu-se que os ministros da Igreja não poderiam casar depois de ordenados. Isto, porém, não impedia a ordenação de homens que já fossem casados. O Concílio espanhol de Elvira (ano 304) criou decretos contra o casamento do clero. Estes decretos, entretanto, foram de extensão limitada e quase nenhum esforço mais sério foi feito para pô-los em vigor.
Inocêncio I, ano 417. (Albano), decretou o celibato dos sacerdotes, mas não teve aceitação geral. Patrício da Irlanda, que morreu em 461, considerado "santo" pela Igreja de Roma, declarou que o seu avô era padre.
Mas a assim chamada "Igreja Católica Romana" foi persistente na exigência de um sacerdócio celibatário, tanto que, no ano de 1079, sob a mão forte de Gregório VII -- Ildebrando DI Bonizio -- o celibato foi novamente decretado e foi razoavelmente posto em vigor, embora aquele papa não pudesse controlar todos os abusos existentes.
Os papas Urbano II (1088-1099) -- Odon de Logery - e Calixto II (1119-1124)  - Guide Borgonha, arcebispo de Viena -- lutaram com determinação contra o concubinado do clero. O decreto do primeiro Concílio de Latrão (1123), decretou inválido o casamento de todos aqueles que estavam nas ordens sacras, e o Concílio de Trento (1545) fez sérios pronunciamentos sobre o celibato do clero.
Conforme aqueles decretos, um sacerdote romano que se casasse incorria na excomunhão é ficava impedido de todas as funções espirituais. Um homem casado que desejasse vir a ser sacerdote, tinha que abandonar a sua esposa, e esta também tinha de assumir o voto de  castidade ou ele não poderia ser ordenado padre.
De acordo com a Lei Canônica, o voto do celibato é quebrado quando o padre se casa, mas não necessariamente quando este tem relações sexuais. A Igreja de Roma, proibi seus sacerdotes de casarem-se, mas não interfere na vida particular deles. Daí existirem tantos padres homossexuais declarados, exercendo o sacerdócio, normalmente.
O Celibato, como se pode verificar, na prática, nada tem a ver com a castidade. E o perdão para as relações sexuais -- heterossexuais ou homossexuais -- praticadas pelos elementos do clero, pode ser facilmente obtido a qualquer hora através da confissão auricular a qualquer outro padre seu igual, quem sabe, Não muito "casto" tanto
quanto o penitente!
É fácil perceber por que os papas são tão insistentes no reforço da lei do celibato para os componentes do clero católico romano. Não sendo casados e nem tendo família, poderiam ser facilmente transferidos de uma paróquia para outra ou a diferentes partes do mundo.
A propriedade dos clérigos, que em alguns casos é bem considerável, e que se fossem casados passariam para a família, cai automaticamente nas mãos da "santa madre igreja" ou é herdada por ela no todo ou em parte, portanto, os motivos do celibato obrigatório adotado pela Igreja de Roma são tanto eclesiástico como econômicos.
A lei do celibato da Igreja de Roma (latina ocidental) é, indubitavelmente, apenas eclesiástica e não de direito divino. Havendo colisão entre o direito divino da comunidade e o dever eclesiástico do padre, a solução do conflito deveria ser a seguinte: a obrigação eclesiástica deveria ceder ao direito divino.
As chamadas "razões teológicas" da Igreja de Roma para submeter o seu clero à  absurda lei eclesiástica do dever do celibato, devem ser buscadas, de preferência, nas contradições íntimas dessa lei, que a fazem parecer questionável em si mesma, uma vez que contraria o direito divino.
A Igreja de Roma usa como base teológica de suas argumentações Mateus 19:10 -12. Mas, numa exegese mais acurada, o texto mostra que não se pode exigir o celibato por lei. Na verdade o que Jesus exprime aqui é muito menos um conselho do que os pressupostos para que alguém possa escolher o celibato:  "Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido" (V.11).
Os resultados da discussão sobre esta palavra do Senhor podem ser resumidos da seguinte maneira: na redação final de Mateus, a palavra do Senhor está associada a um alto e restrito padrão para o casamento que teria sido o responsável pelo desencanto dos discípulos -- "não convém casar" (V. 10). Daí o Senhor Jesus lhes dizer: "Nem todos podem receber esta palavra" isto é, a declaração dos discípulos. Ainda que, às vezes, o casamento possa não ser o ideal nem todos os homens são constituídos de forma a poderem se abster.
Os vv.11 e 12 querem dizer que há alguns que são capazes de se conformar com a idéia dos discípulos, não se casando. E o Senhor Jesus prossegue: Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus".
A má compreensão destas palavras, que foram tomadas literalmente nos tempos de ascetismo, motivou tragédias, de quando em quando, no decurso da história cristã. As palavras referem-se a abstenção do casamento por causa do evangelho.
O Novo Testamento ensina o valor do celibato. João Batista, Paulo e o próprio Senhor Jesus Cristo podem ser citados como exemplos de celibatários. Tanto Paulo (I Coríntios 7:7) quanto o Senhor Jesus (Mateus 19:12), indicam que semelhante celibato é um dom de Deus, não dato a todas as pessoas.

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