A existência de Jesus é duvidosa.docx
Se até a existência de Jesus é duvidosa, muito menos se sabe
sobre sua data de nascimento. Nada indica que Jesus tenha nascido em 25 de
dezembro e nunca se pode definir essa data, porque os cristãos primitivos não
tinham essa celebração, e os que a criaram, sem ter qualquer informação sobre o
dia em que ele nascera, substituíram a comemoração do nascimento do sol, no
solstício meridional, pelos festejos do nascimento do fundador da maior
religião do mundo. Há até ramos cristãos que não comemoram o Natal.
Há dúvida sobre Jesus ter realmente existido; uma vez que
nenhum historiador de sua época nada disse sobre ele. O que suscita a maior
suspeita sobre a sua existência é o fato de Filão de Alexandria ter nascido
antes de Jesus e morrido bem depois dele, ter escrito sobre Herodes e Pilatos e
suas maldades, sem, contudo, escrever uma única palavra sobre Jesus. Os
evangelhos foram escritos décadas depois de sua morte, e só muitos anos depois
é que apareceram algumas referência a ele fora do mundo cristão. O certo é que
esses autores já escreveram segundo o que ouviram de cristãos.
Mas considerando que ele realmente tenha existido, temos o
seguinte:
“Sobre o nascimento de Jesus sabemos muito pouco. Ele nasceu
antes da morte de Herodes Magno (Mt 2.1; Lc 1.5), que faleceu na primavera de
750 da era romana, quer dizer: no ano 4 antes de Cristo. Conforme estudos o ano
mais provável do nascimento de Jesus é 7 ou 6 antes da era cristã.
As primeiras comunidades cristãs não comemoravam o
nascimento de Jesus. Somente a partir do ano 350 o Natal começou a ser
comemorado no dia 25 de dezembro. Em torno da escolha desta data há uma longa
história.
Os Celtas, por exemplo, tratavam o Solstício do Inverno, em
25 de dezembro, como um momento extremamente importante em suas vidas. O
inverso ia chegar, longas noites de frio, por vezes com poucos gêneros
alimentícios e rações para si e para os animais, e não sabiam se ficariam vivos
até a próxima estação. Faziam, então, um grande banquete de despedida no dia 25
de dezembro. Seguiam-se 12 dias de festas, terminando no dia 6 de Janeiro”.
‘Em Roma, o Solstício
do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os
Romanos o chamavam de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno,
o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o inverno.
Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro,
como "Dies Natalis Invicti Solis" (O Dia do Nascimento do Sol
Inconquistável). O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor que ficava
no espaço muito acima do frio do inverno na Terra. O início do inverno passou a
ser festejado como o dia do Deus Sol.
A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa
Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no
dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao
Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no
Solstício do Inverno em substituição as festividades do Dia do Nascimento do
Sol Inconquistável’.
Se o ano não está correto, o dia exato do Natal é
simplesmente desconhecido. ‘A data de 25 de dezembro só foi instituída por
conveniência política”, afirma o astrônomo Othon Winter. ‘A Bíblia não diz em
nenhum lugar quando nasceu o filho de Deus.’
Sem a dica da data certa, diversas regiões da Europa e do
Oriente Médio escolheram dias diferentes para comemorar o Natal, embora mais
tarde aderissem à orientação romana.
Assim, a festa era em 19 de novembro no Egito, 20 de maio na
Palestina e 6 de janeiro na Etiópia, onde continua em vigor.
Não se sabe o motivo dessas opções, a não ser no caso em que
a data tornou-se mais popular, o 25 de dezembro: esse era o dia festejado pelos
romanos como o aniversário do deus persa Mitra, que não tem nada a ver com o
cristianismo, mas era muito popular naqueles tempos. Como Roma era a capital da
cristandade e a cidade mais importante do mundo à época, sua data se impôs,
prevalecendo até hoje. Vencida pelos fatos, a Igreja a adotou oficialmente em
440. ‘Em vez de combater o ritual pagão, os bispos o incorporaram’, conta o
historiador Edgar Leite, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aliás, o
próprio Novo Testamento parece indicar que a data de 25 de dezembro está
errada. O Evangelho de Lucas afirma que Jesus é seis meses mais novo que João
Batista, que diversos registros indicam ter nascido em 27 de março. Nesse caso,
o verdadeiro Natal cairia no final de setembro” (Superinteressante, dez/1999,
pág. 33).
“Há referência de que a celebração do Natal começou com um antigo
festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o
Zagmuk. Ritual semelhante, chamado de Sacae, era realizado pelos persas e
babilônios. Mais tarde, através da Grécia, o costume foi absorvido pelos
romanos no festival dedicado a Saturno (o Cronos grego, um Titã, filho da Terra
e do Céu que surgiu do Caos). Ele era o deus da agricultura, e as saturnais
eram celebradas entre 17 de dezembro e o início de janeiro, quando se
comemorava a semeadura das safras. Saturno teria reinado durante a chamada
Idade de Ouro romana e as saturnais coincidiam com o solstício do inverno no
hemisfério norte, quando o Sol atinge o maior grau de afastamento angular do
equador, no seu aparente movimento no céu, em 21 ou 23 de dezembro.
‘Todos os negócios públicos eram, então, suspensos, as
declarações de guerra e as execuções de criminosos adiadas, os amigos trocavam
presentes e os escravos adquiriam liberdades momentâneas: era-lhes oferecida
uma festa, na qual eles se sentavam à mesa, servidos por seus senhores. Isso se
destinava a mostrar que, perante a natureza, todos os homens são iguais e que,
no reinado de Saturno, os bens da terra eram comuns a todos’, conta Thomas
Bulfinch no seu O livro de ouro da mitologia, a idade da fábula, escrito no
século XIX.
A New Schaff-herzog Enciclopedia of Religious Knowledge
(Enciclopédia de conhecimentos religiosos) registra que atividades pagãs, como
a Saturnália, estavam ‘profundamente arraigadas nos costumes populares para
serem abandonadas pela influência cristã’. Segundo a Enciclopédia Americana,
edição 1944, ‘o costume cristão, em geral, era celebrar a morte de pessoas
importantes, em vez do nascimento’. Mesmo hoje, a Igreja Romana considera a
morte e ressurreição os momentos determinantes de salvação da humanidade - o
sacrifício do Cristo -, e não o natalício. Mas como o costume pagão de festejar
o solstício era forte demais para ser debelado, as autoridades religiosas
optaram por festejar o nascimento de Jesus. A maior parte dos historiadores
afirma que o primeiro Natal cristão "oficial" foi celebrado no ano
336 d.C. pela Igreja ocidental, à época do imperador romano cristão Flávius
Valérius Constantinus (274-337). Mas só depois do século V a Igreja oriental
adotou a celebração. Os cristãos da Mesopotâmia acusavam os irmãos ocidentais
de idolatria e de culto ao Sol, por aceitarem como cristã a festividade pagã.
Sírios e armênios acreditavam que Jesus teria nascido em 6 de janeiro e que os
romanos, idólatras e adoradores do Sol, anteciparam a festa para 25 de dezembro.
Há atualmente alguns cristãos, como as Testemunhas de Jeová
e alguns adventistas dos sétimo dia, que não celebram o Natal, pelo fato de ele
não ter sido uma criação dos cristãos primitivos, mas uma adaptação de
festividade pagã, com reforço da incerteza a respeito da verdadeira data.
O que há de mais certo é que, em seus próprios dias, Jesus
de Nazaré não despertou a atenção de quase ninguém, não ficando nada registrado
sobre ele a não ser os escritos de seus apóstolos muitos anos depois, uma vez
que ele não foi o único a se arvorar como o messias predito por alguns profetas
hebreus (Veja-se: O MESSIAS DE BELÉM NUNCA EXISTIU NEM PODERÁ EXISTIR”). A
doutrina divulgada por seus seguidores ganhou força e foi adotada pelo Império
Romano séculos depois, o que o tornou definitivamente o salvador do mundo, não
como predito por Miquéias e Zacarias, mas através de um reino espiritual
futuro, como crê boa parte da humanidade de hoje. E sua data de nascimento é
tão certa quanto os seus feitos. 25 de dezembro foi escolhido como seu
aniversário simplesmente para substituir uma festa considerada pagã.
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